O que tem em comum um tucunaré, um pangassius, uma aruanã australiana e um ciclídeo jaguar ?
À primeira vista nada. São peixes de diferentes biótopos, mas por muitas vezes são vistos em conjunto em grandes aquários, proclamando-se “jumbistas” aqueles que seguem esse “ramo” da aquariofilia.
Mas como criar um ambiente que represente as condições ideais das espécies se são de biótopos diferentes ?
A maioria dos peixes deste tipo de montagem podem viver em ótimas condições em PH neutro. Peixes jumbos normalmente são aqueles que podem ultrapassar 30/35 centímetros mesmo em aquários. Jumbos muitas vezes são vistos filhotes em aquários regulares e acabam morrendo antes do tempo por conta da atrofia e estresse causado pelo confinamento. Assim, um aquário de jumbos deve ter as medidas que permita o peixe “fazer a volta” com folga, o que significa que o tamanho do animal deve ser sempre menor que a largura do tanque. Um aruanã, por exemplo, pode facilmente fazer esta volta em larguras menores, mas é um animal que nada bastante, precisando de comprimento. Considerando que o nacional chega a 70 cm, em média, um aquário de 2,10 m. de comprimento seria o ideal, já que tem três vezes seu comprimento máximo. A regra é sempre a mesma em se tratando de aquarismo jumbo, “quanto maior o aquário melhor”.
Alguns peixes não tem a mesma flexibilidade do aruanã. É o caso do GAR (lepisosteus oculatus) e do peixe faca indiano (chitala ornata). Esses peixes tem pouca mobilidade e sofrem bastante em aquários estreitos. Entretanto, alguns tem crescimento lento, sendo possível apreciá-los por muitos anos sem que cheguem ao tamanho máximo. Neste ponto, uma boa regra para o jumbista é: se apegue ao peixe mas se o aquário não comporta mais, é preciso doá-lo a quem tem condições. Esse é um exercício que une bastante os aquariofilistas e muitos peixes vivem anos e anos passando por vários aquários. Essa prática é saudável para o animal e para o aquariofilista. O primeiro porque sempre terá um lar onde possa se desenvolver e viver bem e o segundo porque criará laços de amizade com outros colegas do hobby, sempre podendo visitar seu antigo peixe ou mesmo acompanhá-lo pelos fóruns da internet.
Não é regra, entretanto, no aquarismo jumbo unir espécies tão somente pela dimensão. É possível recriar biótopos perfeitos com espécies compatíveis da mesma região. Há uma grande lista de amazônicos como os tucunarés, apaiaris e aruanãs, por exemplo, vários primitivos africanos, como os polypterus variados e mesmo um aquário apenas de ciclídeos jumbos é sempre uma alegria aos olhos, com suas cores vibrantes e comportamento tão especial.
Alguns ciclídeos americanos, alguns primitivos como o Gar e o aruanã, além de caracídeos como o tambaqui podem às vezes confundir a mão que os alimenta com o próprio alimento. Outro ponto a ser considerado é a força de alguns peixes. O tambaqui, alguns pacus, o gourami gigante e mesmo um super Oscar podem perfeitamente quebrar uma tampa mais fina ou mesmo derrubar pedras que podem causar sérios acidentes. A decoração de um aquário assim deve ter pedras firmes e bem enterradas no substrato. Não duvide jamais da força de um aruanã, por exemplo, que na natureza pode saltar um metro acima do espelho d´água para pegar um inseto ou mesmo uma pequena ave.
A filtragem de um aquário de peixes jumbos deve ser sempre superdimensionada. Apesar de monstrengos enormes e com aparência às vezes ameaçadora, trate da filtragem como se fosse para discos ou camarões red cristal. Os jumbos em geral são fortes e resistentes às mancadas do tratador mas não abuse. Controle sempre a cor da água e atente para o fato que esses peixes comem bastante e defecam em igual proporção. TPAs sempre são bem vindas e a troca e limpeza das mídias mecânicas e químicas é de importância fundamental no sucesso da montagem.
Os gigantes gentis são sempre as maiores atrações de qualquer casa ou apartamento portanto trate-os com o respeito e dedicação porque eles merecem.