Aquário Comunitário

O que é a aclimatação?

Hoje a técnica da aclimatação já é mais popular entre os aquaristas e é, normalmente, ensinada pelos vendedores no ato da compra.
Consiste em fazer com que o peixe se acostume com a água que encontrará no aquário e é normalmente descrita como “deixar o saquinho boiando antes de colocar o peixe no aquário”. Iremos um pouco mais além e explicaremos outras formas de fazer a aclimatação.

Aquário Comunitário

A ideia de que se alguma coisa puder correr mal, irá certamente correr mal não necessita obrigatoriamente de se aplicar aos aquários. Quanto mais nós soubermos acerca do nosso tanque, menores serão as probabilidades de os nossos peixes morrerem.

CONSEGUIR MANTER UM AQUÁRIO equilibrado e que funcione em excelentes condições durante anos não é, com os equipamentos e a tecnologia disponíveis hoje em dia, uma tarefa muito complicada, sobretudo se prestarmos atenção a alguns aspectos cruciais. Mas para a maior parte dos aquariófilos inexperientes identificar esses pormenores pode implicar «lições» particularmente dolorosas e com custos elevados… E a verdade é que a maior parte deles podem ser sintetizados de forma sistemática; consistem basicamente em dez «regras de ouro» – uma espécie de leis naturais -, que devem ser religiosamente observadas para se conseguir pôr qualquer tanque a funcionar correctamente e conservá-lo em óptimas condições…

Convém no entanto referir que, apesar de no plano teórico a estrita observância destas leis ajudar a criar as condições para que peixes e plantas possam disfrutar de uma vida saudável e vigorosa, elas dependem sempre de factores incertos. Dependem nomeadamente das condições específicas do aquário durante as semanas seguintes à sua instalação – a chamada fase de «arranque» – e dependem também de todas as ocorrências posteriores que envolvam a comunidade de seres vivos, pois se um peixe for constantemente agredido por outro, poderá ficar doente e transmitir esse problema a todos os outros… Mas também nestes casos a atenção aos detalhes ajudará a prevenir em vez de ter de se remediar…

Convém no entanto referir que, apesar de no plano teórico a estrita observações para que peixes e plantas possam disfrutar de uma vida saudável e vigorosa, elas dependem sempre de factores incncia destas leis ajudar a criar as condiertos. Dependem nomeadamente das condições específicas do aquário durante as semanas seguintes à sua instalação – a chamada fase de «arranque» – e dependem também de todas as ocorrências posteriores que envolvam a comunidade de seres vivos, pois se um peixe for constantemente agredido por outro, poderá ficar doente e transmitir esse problema a todos os outros… Mas também nestes casos a atenção aos detalhes ajudará a prevenir em vez de ter de se remediar…

Regras

Regra #1 – Fomentar uma filtragem biológica eficiente

Por biológica entende-se uma filtragem através de um meio que as bactérias aeróbicas possam colonizar e a partir daí exercer a sua acção benéfica na água e retirar dela certas substâncias prejudiciais, limpando-a e purificando-a. Aliás, existem até algumas bactérias especiais que conseguem mesmo remover da água o excedente de fertilizantes. Várias estações de tratamento de esgotos industriais também se socorrem desta técnica de filtragem, embora em grande escala, como é óbvio. Através dela, chega até a ser possível a regeneração da água dos esgotos ao ponto dessa água voltar a ser potável, com uma qualidade que a torne apta para ser bebida sem problemas pelo ser humano…
Nos dias de hoje praticamente todos os grandes fabricantes de equipamentos de tratamento de água e filtros para aquários oferecem uma gama completa dos produtos necessários para assegurar essa purificação controlada por bactérias aeróbicas. Desde massas filtrantes especialmente vocacionadas para serem colonizadas por esse tipo de bactérias até culturas específicas de bactérias prontas a serem directamente introduzidas no tanque, nada falta, sendo que essas culturas se revelam muito úteis na instalação de um novo aquário e durante a fase de amadurecimento do sistema.

Regra #2 – Ter a temperatura correcta em todo o ambiente

Esta regra é particularmente importante nos aquários tropicais e, além da água, estende-se ao substrato. Na maior parte dos aquários plantados as diferenças de temperatura entre o substrato e a água é o grande factor restritivo ao desenvolvimento das plantas enraizadas. Embora seja um método pouco implantado entre nós, o sistema de aquecimento colocado debaixo do areão é inquestionavelmente o que proporciona melhores resultados com as plantas enraizadas. O aquecimento enterrado sob o areão do aquário deve abarcar todo o substrato e interagir com todo o ciclo físico-químico do tanque, com a criação de correntes de convecção.
E em que é que consiste a convecção? Na explicação dada pelo Dicionário Porto Editora, é a «transferência da energia calorífica através de um líquido ou de um gás, efectuada à custa do movimento do próprio fluido». Simples, não é? Se o aquecimento for processado por meio de um termostato imerso no aquário, por exemplo – como é vulgar verificar-se -, apenas a água é aquecida, permanecendo o substrato à temperatura ambiente do sítio onde o tanque estiver colocado. Ou seja, haverá sempre diferenças de temperatura não recomendáveis.
Uns meses depois, o mais provável é que o substrato comece a ficar sujo e muito escuro, quase negro, e que as raízes das plantas não consigam desempenhar a função que lhes compete… O resultado é que as plantas começam lentamente a definhar e acabam por morrer. Ao invés, um sistema de aquecimento enterrado no substrato ajuda a simular no aquário as correntes subterrâneas que existem em todas as águas naturais com algum movimento. E como o calor sobe, a água fica rapidamente à mesma temperatura, obtendo-se um clima mais ou menos uniforme.
Aqui é também importante notar que um substrato equilibrado não depende só da qualidade; depende igualmente da quantidade.             Como substrato equilibrado recomenda-se uma primeira camada com 2 a 3 centímetros de espessura composta por uma mistura de areão e de laterite tropical com um elevado índice de ferro. Esta camada deve ser secundada por uma outra de sensivelmente igual espessura mas já só de areão, sendo que o areão deve ser composto por pequenos seixos inertes de 2 a 3 milímetros de diâmetro cada.
Este tipo de substrato apresenta as seguintes vantagens: os materiais nutrientes para as plantas serão activados no substrato e poderão ser absorvidos por elas tanto através das raízes como das folhas. Além disso, com seixos deste diâmetro, o oxigénio poderá ser levado até ao substrato, mantendo-o funcional por um período de tempo muito alargado. E seria errado pensar que os aquecedores enterrados debaixo do substrato podem apresentar mais riscos para a segurança das pessoas e dos peixes em caso de avaria do que os outros, pois os padrões de fraca voltagem adoptados pela indústria são muito semelhantes para todos os equipamentos.

Regra #3 – Provocar uma eficaz circulação da água

Há quem pense que uma circulação eficaz da água equivale a falar de uma forte circulação da água, mas na realidade não é bem assim.      A circulação deverá estar ajustada às necessidades das espécies de peixes e plantas que queremos colocar no aquário. No entanto, para esses será certamente mais prejudicial uma circulação deficitária do que ligeiramente superavitária. O que temos que ter sempre presente é que uma boa movimentação da água é essencial pelas seguintes razões:

1.    Para facilitar a troca gasosa à superfície do aquário, oxigenando a água
2.    Para assegurar uma temperatura constante em todas as zonas submersas do tanque
3.    Para retirar os resíduos orgânicos das folhas das plantas, onde limitariam a sua capacidade de absorver a luz
4.    Para permitir que nutrientes frescos possam chegar à superfície das folhas das plantas
5.    Para providenciar uma corrente aos peixes e plantas originários de zonas com águas mais rápidas
Escusado será alargarmo-nos neste ponto: com a quantidade de filtros e bombas existentes hoje no mercado, a implementação de um sistema que ajude a atingir este propósito é algo extremamente simples.

Regra #4 – Implementar uma iluminação adequada

A luz assume uma dupla função para o sistema dentro do aquário: ilumina a pequena cópia do mundo aquático de uma forma adequada aos olhos humanos e fornece simultaneamente a energia de que as plantas necessitam para fazerem a fotosíntese e crescerem. Na verdade, esta segunda função da iluminação afigura-se como um aspecto muito importante no seio do processo químico e biológico completo do aquário e muitas vezes, designadamente quando já são velhas, as lâmpadas ainda conseguem assegurar a primeira função em condições satisfatórias mas já não a segunda.
Com efeito, a luz precisa de fornecer energia e é dessa energia que as plantas precisam para terem um óptimo metabolismo. A luz é, por assim dizer, o «motor» que faz andar a vida no aquário: ajuda as plantas a regularem as suas exigências de nutrientes, a produzirem oxigénio e a controlarem assim as descargas de dejectos orgânicos que são produto dos seus metabolismos e dos dos outros seres vivos que com elas coabitam. E também aqui não é só a quantidade, mas também a qualidade, da luz que conta. Por isso, a iluminação deve estar tanto adaptada às dimensões do aquário – incluindo a profundidade – como à água e as condições de vida do seu meio ambiente.

Regra #5 – Assegurar a estabilidade da água

Como regra geral para um aquário comunitário, basicamente o que se pretende é isto: um valor neutro no pH e ainda uma dureza de carbonatos estável e de 3-4° dH no mínimo. Isto porque num aquário comunitário – algo que, por convicção pessoal, admitimo-lo, não consideramos a melhor opção, preferindo claramente os aquários de biótopo -, os peixes e as plantas provêm frequentemente de águas que diferem entre si tanto geográfica como quimicamente. Alguns vêm de águas mais ácidas, outros de águas ligeiramente alcalinas…
Por conseguinte, a solução é tentar «agradar a gregos e a troianos». Nestes casos um pH de valor neutro é o recomendável para se criar um ambiente apto para todos os peixes e todas as plantas. E é fácil estabelecer e manter um pH neutro, particularmente se se instalar um sistema de fertilização por injecção de dióxido de carbono no tanque, solução que permite simultaneamente fornecer às plantas aquáticas submersas a quantidade óptima de carbono. Quanto ao modo de regulação dos sistemas modernos de fertilização através do fornecimento suplementar de dióxido de carbono, tanto pode ser semi-automático como totalmente automático.

Regra #6 – Proporcionar uma nutrição natural às plantas

A pré-condição mais importante para que haja um crescimento saudável das plantas dentro do aquário é que elas tenham sempre disponíveis todos os nutrientes de que necessitam, incluindo os elementos residuais. Contrariamente às águas tropicais onde essas plantas habitam, a água da torneira apresenta grandes deficiências nesse domínio: faltam-lhe muitos nutrientes importantes e elementos residuais, tendo inclusivamente alguns deles sido extraídos da água durante os processos a que ela foi sujeita na estação de tratamento para consumo doméstico.
Além disso, muitos nutrientes – especialmente elementos residuais importantes – são completamente consumidos pela luz ou pelas plantas no aquário. Todavia, mesmo que só falte um único nutriente, o crescimento das plantas é atrofiado ou então acabam mesmo por perecer, tal como nos enuncia a «Lei dos Mínimos» de Liebigs: «a distribuição de uma espécie é controlada por aquele factor ambiental para o qual o organismo apresenta o menor grau de adaptabilidade ou controlo».A título complementar, refira-se uma outra lei de Liebigs, a «Lei dos Factores Limitativos», segundo a qual há seis factores que afectam o crescimento e a produção das plantas; são eles o ar, a água, a luz, a temperatura, o solo e os nutrientes que estiverem disponíveis no meio ambiente. De acordo com esta lei, «a produção de uma colheita é restringida pela falta de um único elemento, mesmo que possam todavia existir quantidades suficientes de todos os outros nutrientes essenciais».

Regra #7 – Plantar de forma densa e abundante

Tal como sucede no ambiente terrestre, também no aquário a criação das melhores condições de vida exige uma boa vegetação. Para se manterem em óptimas condições, os aquários devem ter uma densa quantidade de plantas saudáveis e que nele cresçam vigorosamente.         Desde logo porque, entre várias outras, um tanque bem plantado apresenta as seguintes vantagens:

  • As plantas libertam oxigénio para a água e para o substrato, prevenindo desse modo que o substrato fique preto
  • As plantas removem detritos orgânicos
  • Algumas plantas em especial são capazes de destruir germes causadores de doenças…e até remover substâncias tóxicas da água
  • Uma vegetação densa e com forte crescimento é a melhor protecção contra todos os tipos de algas….e ajuda a criar bons esconderijos e lugares de procriação para os peixes

Regra #8 – Manter uma população de peixes equilibrada

Para qualquer aquariófilo, o conceito de uma população de peixes equilibrada é indissociável da sua ambição de projectar um ambiente óptimo tanto para os peixes como para as plantas. No tanque ideal, os peixes e as plantas devem resultar numa combinação harmoniosa e para que isso se verifique há que observar estas regras básicas:

  • Não misturar peixes que se ataquem uns aos outros continuamente
  • Evitar peixes que comam plantas
  • Introduzir no tanque desde o início peixes comedores de algas a título preventivo
  • Ter a certeza de que todos os peixes têm as mesmas exigências relativamente à água, especialmente no que toca à temperatura, ao pH e à dureza
  • Escolher peixes que ocupem todas as áreas do aquário, ou seja, as zonas do fundo, do centro e da superfície
  • Não introduzir peixes com gostos alimentares fora do vulgar, sobretudo quando não se tem a certeza de lhes poder depois vir a fornecer sempre a alimentação de que necessitam

Regra #9 – Recriar os ambientes originários dos peixes

Estamos agora a chegar à parte mais interessante. Como é que conseguimos cuidar dos peixes recriando condições compatíveis com as que eles encontram nos trópicos? Muito simples: em primeiro lugar recolhendo informação sobre isso, ou seja, estudando. O resto é a parte mais fácil: os peixes dependem de uma alimentação equilibrada, rica em vitaminas e que possam digerir com facilidade para gozarem de uma boa saúde e terem um comportamento naturalmente activo no longo prazo, tal como os restantes animais. E esse tipo de alimentação é hoje em dia fácil de encontrar nas lojas da especialidade.
Aliás, como a maioria dos peixes tropicais provêm de águas com níveis de salinidade muito reduzidos, essas comidas já asseguram que eles apenas recebam uma dieta com muito pouco teor de sal, caso contrário a ocorrência de doenças intestinais seria algo praticamente inevitável. Assim, resta pouco com que se preocupar ao aquariófilo neste domínio: é só ver se os flocos, o granulado ou as tabletes são adequadas ao tipo de peixes – dependendo se eles se alimentam à superfície, se comem no fundo, etc – e à dimensão das suas bocas.
Ocasionalmente, pode variar a dieta dando-lhes comida congelada de fonte fidedigna…

Regra #10 – Monitorizar frequentemente todas as variáveis

Depois de instalado o aquário, a componente mais importante da sua manutenção passa a residir sobretudo no controlo minucioso e regular dos parâmetros mais importantes da água. É assim que se conseguirá prevenir que as condições dentro do aquário possam modificar-se de tal modo que venham a descambar para níveis incontrolados. Aquelas pequenas mudanças que ocorrem a cada dia não devem passar despercebidas ao aquariófilo, sob pena de mais tarde ele se vir na obrigação de efectuar grandes mudanças, que dão muito mais trabalho e apresentam quase sempre resultados pouco satisfatórios.
Equivale isto a dizer que é necessário monitorizar diariamente a temperatura e testar com regularidade parâmetros como o valor do pH, a amónia, os nitritos e os nitratos, a dureza de carbonatos, os teores de ferro e de cobre e os níveis de fosfatos. Comparado com os cursos naturais, o aquário é uma massa de água muito pequena e os valores obtidos nestes testes provam que frequentemente esses parâmetros podem oscilar de um extremo ao outro num curto período de tempo. É por isso que o aquariófilo deve tentar obter um elevado grau de estabilidade e continuidade no meio a seu cargo. Tal como esta regra se aplica a qualquer sistema vivo, também aqui a análise e o diagnóstico são sempre essenciais para a terapia.

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